sexta-feira, 30 de março de 2012

O auto-retrato


Não sou muito de ler poemas, nem conheço os poetas clássicos, mas um dia falaram que ao ler um poema do Mário Quintana lembrou de mim. 

Uma das partes do poema diz assim: 

"Ela era branca, branca. Dessa brancura que não se usa mais. Mas sua alma era furta-cor". 

Curiosamente, quis ler mais poemas do Mário e me emprestaram o livro com alguns poemas e o primeiro poema me chamou atenção e mexeu comigo. 

Não entendo profundamente a essência dos poemas, mas esse em especial balançou algo lá dentro.

O AUTO-RETRATO

No retrato que me faço
-traço a traço-
Ás vezes me pinto nuvem,
Ás vezes me pinto árvore...


Ás vezes me pinto coisas
De que nem há mais lembrança...
Ou coisas que não existem
Mas que um dia existirão...

E, desta lida, em que busco
- pouco a pouco -
Minha eterna semelhança,

No final, que restará?
Um desenho de criança...
Corrigido por um louco! 

Mário Quintana
Bjos. 

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